SER TÃO AVOADOR

No curta “Ser Tão Avoador”, Mariinha atravessa um tempo em que a dureza da vida cotidiana parece esmagar os sonhos. Ainda assim, entre gestos simples e silêncios profundos, ela descobre maneiras de reinventar a própria existência. O desejo de voar não é fuga, mas resistência: um impulso íntimo de liberdade que transforma a aridez em possibilidade.

Dirigido por Wllyssys Wolfgang, “Ser Tão Avoador” é um dos primeiros e mais premiados trabalhos do cineasta pernambucano, reconhecido por sua linguagem poética e pela força de suas personagens femininas no Sertão.

PRÊMIOS/EXIBIÇÕES:

Melhor Curta – 24º Festival Internacional de Curtas de SP na categoria Formação do Olhar;
Melhor Juri Popular – Vale Curtas(2013);
Prêmio SescTV – exibição na TV;
Canal Brasil – exibição na faixa de curtas.

SOBRE O CURTA:

Rodado no povoado de Lagoa do Alegre, na região da Caatinga baiana, “Ser Tão Avoador” é um dos primeiros e mais premiados trabalhos do diretor pernambucano Wllyssys Wolfgang. O curta nasce da convivência, da escuta e da aposta em um território onde as relações com o tempo, com o sonho e com a paisagem desafiam os padrões urbanos.

Durante mais de seis meses, a equipe — composta por profissionais da região — realizou oficinas e processos formativos com os próprios moradores da comunidade, promovendo intercâmbio, escuta e trocas de saberes. A protagonista do filme é uma jovem da própria Lagoa do Alegre, que, mesmo sem experiência prévia com atuação, se destacou nos testes e revelou uma expressividade comovente, fruto de sua entrega e do trabalho de preparação.

A atuação também conta com a atriz e modelo Lara Souza, quando criança, despontando como artista. O curta foi inteiramente filmado na Caatinga, que aparece em sua força estética e simbólica. As dificuldades de acesso às locações, o relevo árido e os desafios logísticos não serviram como barreiras, mas como parte da paisagem de um cinema que se constrói também na travessia.

A fotografia, assinada por Roberio Brasileiro, é um dos destaques do filme, dialogando com a direção de arte de Ilana Copque, que ambienta a trama em um tempo poético e indeterminado. A trilha sonora é original, composta especialmente por André Dantas para o curta.

Segundo Wolfgang, o envolvimento da comunidade foi fundamental: “Mais do que filmar, queríamos criar um processo de troca, de presença. Lagoa do Alegre não tem eletricidade [em 2012], nem água encanada, mas tem um senso de coletividade e uma beleza rara. Muitas pessoas ali nunca tinham participado de um set, e agora fazem parte da história do cinema feito no Sertão.” “Ser Tão Avoador” integra o Projeto Cine Caatinga, iniciativa de difusão e formação em audiovisual no Semiárido brasileiro, com financiamento da Funarte e do Ministério da Cultura.